Flores no
túmulo
Um homem estava a colocar flores no túmulo de um parente,
quando viu um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado.
Ele vira-se para o chinês e pergunta: “desculpe, mas o
senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?”.
E o chinês responde: “sim, quando o seu vier cheirar as
flores.”.
Amigos
Dois amigos viajavam
pelo deserto certo dia discutiram. Um deles esbofeteou outro, que ofendido e
sem nada dizer escreveu na areia "Hoje, meu melhor amigo me bateu no
rosto".
Mais tarde fizeram as pazes e seguiram viagem.
Ao chegar a um oásis resolveram tomar banho. O que havia sido esbofeteado
começou a afogar-se, mas o amigo salvou-o. Quando recuperou escreveu numa pedra
"Hoje meu melhor amigo salvou-me a vida".
Intrigado, o amigo
perguntou: “por que depois que te bati, você escreveu na areia e agora escreveu
na pedra?”.
“Quando um grande amigo
nos ofende, deveremos escrever na areia, onde o vento do esquecimento e do
perdão se encarrega de apagar. Porém quando nos faz algo grandioso, deveremos
gravar na pedra da memória do coração, onde vento nenhum do mundo poderá
apagar!”
(CONTO ÁRABE)
Verdadeira fé
Um cético perguntou a Devendranath Tagore: “sempre falas de
Deus, mas tens provas de sua existência?”.
Devendranath apontou para uma luz: “sabes o que é isto?”.
“É uma luz”, respondeu o céptico.
“Como sabes que é uma luz?”, perguntou Devendranath.
“Eu a vejo, portanto, não há necessidade de prova.”
“Então o mesmo se dá com a existência de Deus. Eu o vejo em
mim, e fora de mim, eu o vejo dentro e através de cada coisa. Portanto, não há
necessidade de prova.”
E continuou:
“Enquanto a abelha se encontra no exterior das pétalas do
lírio e não experimentou ainda a doçura de seu suco, ela plana em volta da flor
e emite um zumbido. Mas, logo que ela penetra em seu interior; ela bebe
silenciosamente o néctar. Quando alguém ainda estiver discutindo e especulando
sobre uma doutrina e os dogmas religiosos, é por que ainda não experimentou o
néctar da verdadeira fé. Por isso, faz silêncio e compreenderás! Aonde o
Espírito Eterno vem com sua Luz, nossa lâmpada terrestre já não é necessária.
Pobres homens que creem que as miseráveis lâmpadas do intelecto humano dão mais
luz que o doce cintilar das estrelas divinas!”
Tudo
passa
Um rei muito poderoso percebeu
que lhe faltava o poder sobre todos os poderes: o poder sobre seu estado de espírito.
Convocou uma reunião com seus ministros e ordenou-lhes que resolvessem o problema.
Um deles disse: “ouvi falar que
há em algum lugar do reino uma mulher, conhecida como A Sabedoria, que possui
um anel dentro do qual há uma mensagem, que é o segredo do Poder sobre os
Estados de Espírito.”.
“Pois eu lhe ordeno que encontre
este anel e traga-o para mim!”
O ministro partiu e depois de
muito procurar encontrou-se frente a frente com a Sabedoria. Disse: “Soube da
existência de um anel que contêm a sabedoria em forma de uma mensagem que dá a
quem a possui o poder sobre os Estados de Espírito. E meu rei quer possuir tal
poder.”.
Diz a mulher: “O anel existe e eu
o possuo. Presenteio ao seu rei com o anel, com uma condição: que só o abra e
leia a mensagem poderosa depois de ter esgotado todos os seus recursos, quando
já não tenha o que fazer por já ter feito tudo o que sabe e pode.”.
O assessor levou o anel para o
rei que ficou muito satisfeito e o recompensou regiamente. O rei colocou o anel
e aguardou o momento de abri-lo e conhecer o segredo do poder sobre os estados
de espíritos. Algum tempo depois o rei ficou muito irritado com seus vizinhos,
que invadiram seu reino. Pensou em abrir o anel. “Não. Posso lutar.”
Perdeu a luta e sentiu muita
tristeza. Pensou em abrir o anel. “Não. Posso recuperar o que perdi.”
Os invasores chegaram ao castelo
para matá-lo e sentiu muito medo. “Abro o anel agora? Não, posso fugir.”
Fugiu e foi perseguido. Ao chegar
ao penhasco, vendo que leões o aguardavam caso saltasse, com o exército inimigo
em seus calcanhares, aterrorizado, pensou: "Já não há o que fazer, meus
recursos se esgotaram. Esta é a hora!" Abriu o anel e nele estava escrito
“Isso também passará”.
Reconfortado, encontrou um lugar
para esconder-se e sobreviveu. Sobreviveu e voltou. Reconquistou seu castelo e
seu reino. Sentia-se muito alegre. Ficou tentado a abrir de novo o anel, mas
pensou: "Vou dar uma festa para extravasar tanta alegria".
Durante a festa ficou sabendo que
seus exércitos haviam tomado o reino inimigo. Seu coração disparou a ponto dele
pensar que iria ter um ataque cardíaco, de tão feliz. Sentindo-se morrer de
felicidade, sem saber mais o que fazer, abriu de novo o anel. E no anel estava
escrito “Isso também passará“!