Pessoas de pouco senso e parca inteligência costumam reagir
atacando raivosamente os adversários. É o que está acontecendo neste exato
momento com o imbróglio da Petrobras.
E pelo visto essa agonia, ou o aperto do garrote no pescoço
de Dilma Rousseff, vai se manter por muito tempo.
Se pessoas assim, cegadas pelo ódio, e de pouco juízo, tivessem
um pouco de bom senso e parassem para pensar por 2 minutinhos que fosse, iriam
perceber que a situação da presidente, às portas de seu segundo mandato, é dramática.
Um bom começo para se posicionar frente ao problema seria
ler o texto “Tempos Estranhos”, no jornal O
Globo, do insuspeito Luís Fernando Veríssimo http://oglobo.globo.com/opiniao/tempos-estranhos-14797048.
Mas essa gente raivosa poderia também atentar (já seria um
avanço) para a montagem da equipe econômica do segundo governo Dilma Rousseff.
Se forem capazes de ligar o lé com o cré, o tico com o teco
vão perceber que uma coisa está umbilicalmente ligada à outra.
Ziguezague
Antes que se siga é justo que se diga duas coisas:
- uma coisa: há sim um interesse na desnacionalização do petróleo
brasileiro, e na partilha da sua exploração com multi ou transnacionais do
setor;
- outra coisa: há sim uma profunda “crise” de honestidade na
empresa, que se não começou no governo petista, nele se perpetuou, agravando-se
(vide Veríssimo).
De gente do PT a Marina Silva (ex-PT, diga-se) passando por
parte considerável da imprensa, técnicos, engenheiros, observadores
internacionais e etc. e tal há um clamor para que a atual diretoria da estatal
seja toda ela defenestrada.
Isso quer dizer o que? Que Maria das Graças Foster, a
presidente, é desonesta ou pelo menos fez vistas grossas à bandalheira?
Não! Graças Foster é uma técnica, uma administradora
eficiente e correta, apenas está no olho do furacão, e não deu conta da apascentá-lo
a tempo.
A sua saída poderia parecer uma capitulação de Dilma
Rousseff frente às pressões, mas não é não.
Dilma já defenestrou outros colaboradores tão ou mais próximos
que Foster ao primeiro sinal de desmando ou de fragilidade.
Pré-Sal
No centro do epicentro do furacão está o pré-sal, e aí, forçosamente,
há que se incluir na história o ex-presidente Lula da Silva.
O ex-presidente jogou pesadamente todas as suas fichas no
pré-sal, exatamente num momento em quem o seu modelo de inserção dos pobres na
economia nacional começou a fazer água.
Jogou errado, até porque desprezou décadas de pesquisa na bacia
Amazônica, onde não apenas há muito petróleo, como também muito gás natural, há
coisa de 2.700 metros de profundidade.
Ao largo de vermos aquela esdruxula pendenga entre Estados
produtores (sic) e não produtores de petróleo, pendenga a respeito dos
royalties, temos algumas coisas relevantes a ponderar aqui:
- o Brasil não têm esse domínio
tecnológico todo para a exploração das jazidas naquela profundidade marinha e
naquelas hostis condições naturais (aliás, ninguém tem, nem mesmo o Reino
Unido);
- a inversão do apurado com a exploração
do petróleo na Educação e na Saúde é apenas um sonho, uma possibilidade, cujo
tempo para a sua efetivação é de difícil mensuração, podendo descambar
tranquilamente para um pesadelo;
- há um perigo real de
contaminação da plataforma marinha brasileira (isso quer dizer desastre
ambiental), quer seja pela exploração em si, quer seja por eventuais acidentes
que venham a acontecer (e que devem acontecer, se o projeto seguir adiante).
Não ponderar essas coisas todas é pura estupidez. É coisa de
gente fanática que não enxerga um palmo na frente no nariz.