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Crédito da foto: famousface.us
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Vou repetir rapidinho aqui o que já disse por aqui mesmo a
respeito do presidente norte-americano Barack Obama.
Mas talvez deva começar pelo mais sensato: porque ele é
presidente da única superpotência do Planeta (o que quer dizer economia
avançadíssima, tecnologia de ponta e forças armadas poderosas).
Apesar de todos os esforços feitos pela China – com aquela
história de meio capitalismo, meio comunismo científico, e da sua hiper população
- o País asiático mal chega ao chinelinho que Obama usa antes de deitar para
dormir.
Talvez alcance os EUA algum dia, mas com toda certeza não
estarei aqui para ver.
As pessoas talvez devessem parar de assistir tanta TV,
de passear tanto em shopping center, de ir tanto à praia e de navegar tanto
pelo Facebook e começar a ler mais para entender um pouco isso, e captar um
pouco os rumos que o mundo está tomando.
Como dica sugiro a leitura de estudos sobre desenvolvimento,
política e estratégia que estão em sites do próprio governo brasileiro. Portanto
o esforço não será tanto assim, posto que as informações estão disponibilizadas
na língua portuguesa.
Dona Cândida
Já contei essa história, mas vai de novo, pois é importante
para a compreensão do argumento.
Quando eu tinha 7/8 anos era professora do Grupo Escolar
Baptista Cepellos, em Cotia, SP, uma mulher de nome Cândida, à qual, por
respeito, todos chamavam de Dona Cândida.
Era uma negra alta, linda, sorridente; que gostava de
vestidos com estampas florais e sapatos altos, brancos - pelo que me lembre.
Uma irmã da Dona Cândida era casada com um norte-americano,
e morava em algum Estado daquele País cujo nome esqueci.
De quando em quando, apesar das dificuldades da época, Dona
Cândida ia aos EUA visitar sua irmã e
o cunhado – obviamente todos negros.
Numa de suas voltas assisti e ouvi, entre muito quieto e um
bocado atencioso, as suas revelações dando conta de que negro não podia andar
pela calçada, não deveria entrar em certos locais públicos, como lanchonetes,
por exemplo; não tinha liberdade de estudar onde bem entendesse e nem mesmo no
transporte público tinha vida fácil.
Mais do que surpreso fiquei a imaginar como poderia existir
um lugar assim, onde meus amigos sofressem toda sorte de restrição.
E amigos sim, pois a maioria dos meus amigos e colegas de
escola de então eram negros ou moreninhos, como se dizia na época.
Como eu, eles nunca haviam ido aos EUA, mas isso não importava:
se fossem sofreriam as mesmas restrições que Dona Cândida, sua irmã e o cunhado.
O cara
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Crédito: divulgação |
Quando Barack Obama foi eleito, em 2008, o 44º presidente
dos Estados Unidos, me lembrei, mais uma vez, de Dona Cândida, de sua irmã e de
seu cunhado.
O mundo pode ser cruel (e muitas vezes é), mas é mais cruel
com os cruéis.
A outra imagem que me veio à cabeça foi uma que não vi: a
dos racistas-supremacistas norte-americanos com um balãozinho sobre cada cabeça:
“tamo fudido!”.
Se Barack Obama está fazendo um governo exemplar não sei
avaliar. Quem vai dizer isso é a História.
O que sei é que ele teve e ainda tem e terá no futuro de se
ver com Tea Party, com seus críticos
insanos e desonestos.
Insanidade e desonestidade que se espalhou pelo mundo, até
por esta Grande Terra de Tupã, com sua esquerdinha retrógrada, mal informada,
parcamente culta e profundamente ignorante.
Obama enfrentou os tubarões de Wall Street; fez pouco, mas fez, pelo sistema de Educação do País –
um sistema injusto e elitista -; deu novas bases à Saúde Pública norte-americana,
que nas mãos de seus médicos coxinhas exila do sistema pobres, pretos e
chicanos; flexibilizou Guantánamo e acaba de reatar com Cuba.
Pobre ignorância
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Crédito da foto: speakerscornernts.wordpress.com
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Na insanidade na qual navegam as críticas à administração de
Barack Obama, lá, cá e acolá, sempre se lembra de que ele não fechou “de cara”
a prisão cubana e continua enviando tropas ao “oriente médio” (sic).
Ora direis... ou melhor, digo eu: pobre ignorância, pobres
ignorantes.
Todo governo norte-americano – republicano ou democrata – é refém
dos “Falcões de Washington”; gente com estreita ligação com a indústria armamentista,
com os especuladores financeiros; gente que domina o entretimento, a cultura de
massa, o turismo, a prostituição e o tráfico de drogas.
C'est la vie , baby!
Quem não há de?
Queriam o que? Que sacasse do bornal a sua varinha de condão
e gritasse “abracadabra” e num passe de mágica o mundo se transformasse num
mundo cor-de-rosa?
Cá em terras tupinambaras o lulo-petismo (em nome da tal da governabilidade)
não está refém dos neopentecostais? Do PMDB? Do agronegócio? Do capital
especulativo internacional?
C'est la vie , baby!
Entonces, por que
cá e não lá?
Já devo ter escrito um texto (mais humilde) sobre isso e com
o mesmo título: “Por que Barack Obama é o cara”.
É o cara porque é o cara. E que cara!
Ave, Obama!
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