Dilma Rousseff venceu a eleição presidencial deste ano
batendo Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) – pela ordem companheiro -,
enquanto o Partido dos Trabalhadores (PT) dava seu último suspiro.
É possível ressuscitar o cadáver, doutor? Quem sabe? A
medicina anda tão avançada que essa não é uma hipótese que possa ser descartada
de pronto.
O jornalista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, pegou o exemplo de uma jovem petista que
está se desfilhando do partido, e consequentemente indo para o outro lado, para
explicar a debacle petista.
Nogueira argumenta que ela é jovem e que os jovens têm pouca
paciência para esses acordões que o PT anda fazendo, tudo em nome da “governabilidade”.
Não só os jovens, meu caro ex-colega de escola de jornalismo.
Os mais velhinhos também estão fazendo isso, e isso é uma tendência irreversível.
Que o defunto sobreviva tal qual um zumbi, um partido menor,
menos expressivo, barulhento, tal como são o Psol e o PCdoB, não é de todo improvável,
mas não deverá passar disso daqui para frente, especialmente após 2018, quando
deverá encerrar a sua ocupação do Palácio do Planalto.
Jovens
Nogueira, no entanto, tem razão ao falar do desencanto dos “mais
jovens”. O erro capital do PT, dos partidos de esquerda em geral e dos movimentos
sociais é não se antenar às demandas dos jovens, que vivem numa outra época,
enquanto esses dinossauros políticos e sociais ainda nadam nas águas da Guerra
Fria.
Há outro componente importante nessa história: a classe
média, que se não decide eleições ou o próprio rumo do País, ajuda a engrossar
o caldo dos fluxos e refluxos políticos e sociais, dependendo da ocasião e da
oportunidade.
Embora a classe média também tenha sido beneficiada com as
políticas sociais do governo petista – por exemplo, bolsas universitárias,
isenções de impostos para compra de bens duráveis – foi a que menos ganhou,
tanto se comparada às massas mais pobres, quanto às elites empresariais, que
nadaram de braçada nos 12 anos do PT no poder.
Quando a classe média saiu às ruas, em junho de 2014, a
reação do governo foi fazer “ouvido de mercador” e a de seus apoiadores,
especialmente nas redes sociais, foi atacar e demonizar a classe média.
Há um bocado de tempo que a física já ensina que a toda ação
corresponde uma reação.
Pois aí está.
Corrupção e
desastres
O caso do Mensalão (que resultou na AP 470, julgada no STF)
e o escândalo da Petrobras entornaram definitivamente o caldo do Partido dos
Trabalhadores.
A reação petista dando conta de que o Mensalão era uma saída
para manter (e fazer crescer) a pífia base aliada no Congresso e que os desvios
de recursos da estatal do petróleo eram coisa que vinha de há muito tempo é
inconsistente.
Tão inconsistente que, no caso do Mensalão, levou petistas a
perder mandatos, e ainda os enviou para a Papuda, e, no caso Petrobras, inviabilizou
a costura do novo ministério de Dilma Rousseff.
Atacar para se defender é uma péssima tática. E nem vale
mais para o futebol, se é que valeu algum dia (tenho minhas dúvidas), onde “a
melhor defesa é o ataque”.
Não bastasse a queda vertiginosa dos setores produtivos brasileiros
(indústria e agronegócio), e que deve, dentro em breve, derrubar o País do
posto de 7ª para o de 8ª economia mundial, o Brasil de Dilma Rousseff abriu mão
completamente da inserção mundial, ao contrário do que tentou Lula da Silva,
diga-se, sem grandes ganhos.
A última nave de resgate do modelo lulo-petista parece ser o
porto cubano de Mariel. Parece mas não é, como já se teve oportunidade de
dizer neste blogue dias atrás.
Uma boa análise desse novo equívoco petista está no texto de
Marcos Troyjo – Iludindo-se
com Cuba, na Folha de São Paulo
de hoje.
Tal qual já se disse por aqui, Troyjo bate na tecla de que a
construção de Mariel, com empreiteiras e dinheiro brasileiro, vai servir apenas
para Cuba mesmo, e para os interesses comerciais e estratégicos dos EUA.
Ao Brasil sobrará nem as migalhas.
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