Uma blogueira ligada à moçada do PT chamou hoje em um texto,
em seu blog, a Folha de São Paulo de “jornaleco”.
Será?
Acho um bocado de exagero esse clubismo partidário.
A Folha é um jornal
importante (em meio a essa zorra que é o jornalismo brasileiro), mas nem tão plural
e isento quanto quer fazer acreditar que seja.
Vou mais longe: há um quê de hipocrisia e de desonestidade no
jornalismo que pratica.
Mas nada muito diferente dos outros grandões da mídia brasileira,
como Veja, Estadão, O Globo et
caterva.
Talvez só não tenha coragem de inventar personagens como
fazem Veja (líder dos coxinhas) e Época (financiador dos black bloc), mas dá as suas
distorcidinhas na informação.
Quem torce (e a Folha
de São Paulo faz parte da torcida organizadas anti-PT) distorce.
Manchete canalha
A manchete da sexta-feira - "Prefeito sabia de tudo, diz fiscal preso, em gravação" – foi de
uma canalhice sem precedentes, ou quem sabe, teve precedente sim: a exposição
de uma ficha falsa da presidente Dilma Rousseff, também em manchete.
Como todos nós gostamos de dizer, morássemos num País mais
sério a Folha teria se ferrado. O
mínimo que se esperaria de um jornal decente seria que a manchete do dia
seguinte fosse um ERRAMOS.
Sem querer entrar em detalhes de como se comporta a imprensa
nos EUA, vale lembrar que quase sempre os meios de comunicação de lá apoiam
algum candidato – republicado ou democrata – mas suas matérias – quase sempre –
são honestas e não canalhices como a FSP
fez sexta-feira.
Sem surpresas
Sem surpresa alguma, na edição de sábado, a FSP registrou apenas um comentário
negativo à sua manchetada, no Painel do Leitor, de Wilson Domingos da Costa (São
Paulo, SP):
“A manchete de ontem
da Folha, "Prefeito sabia de tudo, diz fiscal preso, em gravação", é
maldosa. O correto seria dizer ex-prefeito, ou Kassab. O título, como está,
imputa injustamente responsabilidade a Fernando Haddad. Lamentável, para dizer
o mínimo. A Folha é realmente "um jornal a serviço do Brasil?".
Du - vi – d – o – dó que apenas um leitor do jornal tenha
escrito indignado
No domingo, quem fez um registro dolorido para o jornal foi
a sua ombudsman, a jornalista Suzana Singer:
“Sujeito oculto”
‘A manchete de
sexta-feira passada da Folha --"Prefeito sabia de tudo, diz fiscal preso,
em gravação"-- induzia o leitor a erro. O prefeito de São Paulo é Fernando
Haddad, mas a referência no grampo era a seu antecessor, Gilberto Kassab.
O título partiu da
transcrição de um telefonema em que o auditor fiscal Ronilson Bezerra Rodrigues
dizia que deveriam ser convocados para depor "o secretário e o prefeito
com quem trabalhei", porque "eles tinham ciência de tudo".
Ronilson foi
subsecretário da Receita no governo Kassab e, na atual gestão, foi diretor na
SPTrans de fevereiro até junho.
O fiscal não cita
nominalmente o ex-prefeito, mas é fácil deduzir de quem ele está falando. Foi
na gestão anterior que Ronilson ocupou o cargo de zelar pela arrecadação de
impostos, o que lhe teria possibilitado atuar na "máfia do ISS" - esquema
de cobrança de propina que pode ter causado um prejuízo de R$ 500 milhões aos
cofres da cidade.
"A Folha optou
por transcrever a declaração do fiscal de forma literal, já que ele não citou
nenhum nome e exerceu funções de confiança tanto na gestão atual como na
anterior", diz a Secretaria de Redação.
O excesso de zelo
ficou só na manchete, já que a hipótese de que a frase do fiscal pudesse ser
uma referência a Haddad não foi explorada na reportagem. O "outro
lado" foi apenas com Kassab, que classificou as declarações de falsas, mas
não cogitou que o fiscal estivesse falando de outra pessoa.
O jornal foi mais
realista que o rei, numa cobertura bem delicada. O escândalo do desvio de
impostos, que veio à tona no fim de outubro, tinha tudo para render apenas
dividendos ao atual prefeito. Embora a investigação tenha começado com Kassab,
foi Haddad que revelou a quadrilha. Bastaram, porém, três dias para que
surgisse um grampo citando Antonio Donato, secretário de Governo.
Como a investigação
continua, é provável que apareçam novas escutas. Elas não são prova de culpa e
devem ser tratadas com todo o cuidado, mas sem distorções.’
É preciso dizer mais alguma coisa?
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