Uma intensa campanha deflagrada
pela internet (e pouco acompanhada pela imprensa mercantil, a tal da grande
imprensa) quer saber onde está Amarildo.
Amarildo de Souza é/era ajudante
de pedreiro e morador da Rocinha, no Rio.
No dia 14 de julho ele foi detido
por policiais de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) supostamente por ser
parecido com um traficante de drogas da região.
A partir daí ninguém mais o viu;
ele nunca mais voltou para a casa.
A polícia diz que Amarildo, após
as averiguações de praxe, foi solto.
A PM diz até ter vídeos mostrando
a sua saída da UPP – mas ainda não mostrou esses vídeos para ninguém.
Uma câmara de vídeo que mostra uma
viela da favela por onde Amarildo deveria passar para voltar para a casa não
registra nada.
A PM fluminense se meteu em mais
uma enrascada, assim como o desprestigiado governador Sérgio Cabral.
Custódia do Estado
Qualquer cidadão brasileiro detido
por forças do Estado passa a ser custodiado pelo mesmo. Isso quer dizer simplesmente
o seguinte: a responsabilidade pela vida e pela segurança do cidadão é do
Estado.
O Estado do Rio de Janeiro
argumenta que sua responsabilidade se extinguiu no caso de Amarildo assim que
ele foi solto.
Em termos: se a PM teve a
capacidade de prender Amarildo quando este voltava para a casa, deveria também
ter a responsabilidade de levá-lo para a casa assim que o soltou.
Outras versões
Se diz por aí que Amarildo está
morto (o que é muito provável) e que seu corpo tenha sido dissolvido naquelas
piras feitas com pneus, tal qual aconteceu com o jornalista Tim Lopes e a
modelo Eliza Samúdio (o que também é bastante provável).
Uma das versões dá conta de que Amarildo
foi solto, mas entregue para traficantes da região.
Outra, que foi solto, mas que
traficantes já o esperavam nas esquinas da vida.
Ambas as versões dão conta de que
Amarildo teria “aberto o bico” aos policiais, denunciando gente do tráfico.
Pode até ser, mas isso só complica
ainda mais a vida da PM fluminense e do governador Cabral, clareando, mais uma
vez, a promiscuidade do Estado com a bandidagem.
Nem sob tortura PMs e Cabral vão
admitir isso.
Enquanto isso, a família e os
amigos de Amarildo passam por momentos de terror e de angústia, sem saber ao
certo se terão pelo menos o direito de enterrar o seu corpo.
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